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Celebrando a Cultura da Ciência

 

Editorial da revista Sciene (11/03) sobre a promoção de eventos culturais que celebram a ciência, de autoria de John Durant e Ibrahim Alaa*. Texto traduzido por José Monserrat Filho.


Há crescente consenso mundial sobre a importância vital da ciência para o desenvolvimento pessoal, social, político e econômico. Isso tem levado muitos países a aumentar seus investimentos em ciência e tecnologia. Mas o financiamento da pesquisa não basta: as nações devem também promover a cultura que celebra a ciência e seus valores - raciocínio, abertura, tolerância e respeito pela evidência, assim como elas celebram as artes e humanidades que enriquecem a vida de todos. Para se atingir esta meta, é essencial não só a educação formal, mas também uma abordagem informal.

Hoje, há numerosas experiências criativas com diferentes métodos para envolver o público com a ciência. Nossa experiência na organização de festivais de ciência nos Estados Unidos e no Egito ilustra o potencial de uma importante forma de interessar o público.

Os festivais de ciência são expressões ricas da importância cultural da ciência e tecnologia. Em geral, eles abrem aos pesquisadores a oportunidade de interagir diretamente com os estudantes e cidadãos de todas as esferas da vida. Oferecem também desde diversas formas de participação em palestras, diálogos, painéis de discussões e debates, exercícios práticos, shows, exposições e seminários até peças de teatro, cafés científicos, musicais e "stand-up comedy" (apresentações cômicas de uma só pessoa] sobre assuntos de ciência. Os temas abordados também são diferentes. Não importa a área do conhecimento, o objetivo é sempre o mesmo: envolver os cidadãos com a ciência de forma inspiradora e instrutiva.

Cambridge - em Massachusetts, EUA - é uma "Cidade da Ciência". Tem mais ciência por metro quadrado do que a maioria dos outros lugares. Mas, mesmo lá, o acesso local à ciência é extremamente desigual. O Festival de Ciência de Cambridge foi lançado há quatro para enfrentar essa divisão, oferecendo a todos a chance de participar da cidade dos cientistas e engenheiros. Na última primavera, mais de 40 mil pessoas aproveitaram a oportunidade para interagir com cientistas de todas as universidades de Cambridge e dezenas de seus empresas de alta tecnologia.

A cidade do Cairo é bem maior do que Cambridge. Tem necessidades e oportunidades muito diferentes. Inspirado no Festival de Ciência de Cambridge e acolhido pela Universidade Americana do Cairo, o Festival de Ciência do Cairo foi lançado em 2010 para aumentar a conscientização e as oportunidades em torno da ciência e de seu papel no desenvolvimento, sobretudo da juventude egípcia que representa a maioria da população da cidade de 20 milhões de pessoas. Foi também um exemplo de como os festivais podem lançar pontes entre as nações. Em 2010, públicos de Cambridge e do Cairo foram conectados por videoconferência numa série de sessões diárias, permitindo a ambos participarem juntas de conversas com ganhadores do Prêmio Nobel sobre o seu trabalho. Este ano, pretendemos estender a colaboração, para incluir, entre outras coisas, o debate sobre o papel transnacional e o controle da internet durante as revoluções sociais e políticas, em especial a "Revolução de 25 de janeiro" centrada em Tahrir Square, bem à porta Festival da Ciência do Cairo.

Em 2009, para promover, apoiar e conectar globalmente os festivais de ciência, criou-se a Aliança dos Festivais de Ciência (www.ScienceFestivals.org). Agora em fevereiro, em Washington, a aliança ajudou a organizar uma Conferência Internacional sobre Eventos Público de Ciência. O encontro atraiu mais de 200 participantes (incluindo cientistas) envolvidos em festivais de ciência e cafés científicos em 16 países - China, Japão, Cingapura, Egito, Itália, Reino Unido e EUA. Eles resolveram, por exemplo, compartilhar suas melhores práticas e seus programas de maior sucesso. 

O apoio ampliado a tais iniciativas nos níveis nacional e internacional permitirá que culturas locais desenvolvam vínculos mais profundos com a ciência e se conectem com comunidades e culturas distantes, por meio de encontros, buscas e entendimentos comuns. Estamos ansiosos para participar dos festivais de ciência.


*John Durant é diretor do Museu do MIT e diretor executivo do Festival de Ciência de Cambridge, e Ibrahim Alaa é professor adjunto no Departamento de Física da Universidade Americana do Cairo e diretor do Festival de Ciência do Cairo.

 

Fonte: JC e-mail 4218, de 16 de Março de 2011.

 

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